terça-feira, 2 de agosto de 2011

Mais rápido e acessível


Um novo dispositivo capaz de detectar a presença de HIV e da bactéria causadora da sífilis em 15 minutos pode facilitar o diagnóstico dessas doenças em áreas carentes e remotas de países em desenvolvimento. Mas o teste ainda carece de maior precisão.

Milhares de pessoas infectadas por doenças sexualmente transmissíveis desconhecem seu estado sorológico. Um dos motivos para isso é a dificuldade de acesso aos centros de saúde e testes diagnósticos. Um novo material para detecção de HIV e da bactéria causadora de sífilis (Treponema pallidum) pretende ampliar as fronteiras do exame para áreas distantes dos grandes centros urbanos.
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (Estados Unidos), e divulgado no dia (31/7) na edição on-line da revista Nature Medicine, o teste é realizado por meio de um pequeno chip de aproximadamente 45 cm2, constituído de nanopartículas e microfluidos.
Com custo de produção inferior a um dólar, o mChip – como foi apelidado – pode ser utilizado em postos de saúde, não requer infraestrutura laboratorial, eletricidade ou ajuda profissional para interpretação de seu resultado, que fica pronto em 15 minutos.
Os autores escolheram a sífilis e a Aids dentre as demais doenças sexualmente transmissíveis após ouvirem 60 profissionais da área de saúde na Índia, Tanzânia e Ruanda. Eles defenderam a necessidade de um tipo de teste que fizesse a triagem das duas enfermidades.
“Ambas as doenças são tratáveis em gestantes diagnosticadas, com administração de antirretrovirais para a infecção por HIV e tratamento com penicilina para reduzir a sífilis congênita”, argumentam os autores no estudo.
No artigo, os pesquisadores propõem que o dispositivo seja utilizado em países em desenvolvimento, especialmente na África, e argumentam que, ao miniaturizar um complexo teste de laboratório, pode-se estender sua aplicação a áreas remotas, com condições de saúde extremamente precárias.