sábado, 6 de agosto de 2011

Um novo olhar sobre a obesidade


Tradicionalmente associado a estilo de vida, alterações hormonais ou predisposição genética, o excesso de peso tem sido relacionado nos últimos anos a um novo fator: a composição da flora intestinal. Essa descoberta é o tema deste mês da coluna de Jerry Borges.



Se você tem tendência a acumular peso, possivelmente já tentou se livrar dos excessos de suas medidas por meio de alguma dieta. E, provavelmente, assim como acontece com a maioria das pessoas, os seus esforços proporcionaram resultados passageiros e, após algum tempo, o seu peso anterior retornou, às vezes até com alguns quilinhos a mais.
Mas por que isso ocorre? E por que algumas pessoas têm dificuldades enormes para alcançar e manter um peso normal, enquanto alguns felizardos podem comer despreocupadamente, sem ganharem um único grama em suas medidas? As respostas a essas dúvidas, infelizmente, ainda não são conclusivas.
A obesidade tornou-se uma tragédia planetária moderna que consome a saúde de centenas de milhões de pessoas devido a sua associação com problemas circulatórios, diabetes do tipo 2, osteoartrite etc. Por isso, há um enorme interesse da ciência em compreender os fatores associados à obesidade.
Não há dúvidas de que a obesidade se deve ao descontrole entre a quantidade do que é ingerido pelo indivíduo e do que é gasto em seu metabolismo. Mas ainda há controvérsias sobre quais fatores predispõem alguns indivíduos à obesidade enquanto poupam outros.
Historicamente, a maior parte dos estudiosos sobre esse tema tem se dedicado a associar a obesidade com o estilo de vida, com alterações hormonais ou com uma predisposição genética. Contudo, evidências epidemiológicas sugerem que o constante aumento na obesidade mundial não está associado somente a esses fatores tradicionalmente estudados.
Uma reviravolta sobre as causas e eventos associados ao excesso de peso iniciou-se há cerca de seis anos, quando pesquisadores liderados por Jeffrey Gordon, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, começaram a associar o problema à composição da flora intestinal dos indivíduos.