Apesar do incômodo de alguns aliados, a presidente Dilma Rousseff não pretende recuar do estilo "erro zero" que inaugurou no início do governo e que mais recentemente levou à demissão de duas dezenas de dirigentes do ministério dos Transportes. Integrantes da base aliada avaliam que Dilma exagerou nas exonerações, pode ter cometido injustiças em vários casos e quer consolidar uma imagem de durona à custa da degola de colaboradores.
É este o ambiente que a presidente vai encontrar entre boa parte de seus apoiadores na volta dos trabalhos do Congresso, na próxima segunda. Por isso mesmo, uma das preocupações dos articuladores políticos do Planalto é trabalhar pela reaglutinação de forças nos partidos aliados.
"Não haverá caça às bruxas" - adiantou-se nesta quinta o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência. Segundo Carvalho, um dos mais próximos auxiliares da presidente, Dilma deve definir na semana que vem a nova composição da diretoria do DNIT - o braço gestor do ministério que derretou ao longo de um mês de crise. É esta nova diretoria que decidirá sobre a profundidade da faxina nas superintendências regionais do órgão, aquelas que recebem o dinheiro e tocam algumas das obras mais caras do país.